terça-feira, 31 de maio de 2011

Ô anta, não é esgoto, era um rio!

Lembro-me bastante saudosa da Avenida Paralela há uns 20 anos. Moro no Cabula VI há 28 anos e tenho marcada na minha memória as transformações que aconteceram com a realidade urbanística do bairro em que nasci, cresci, me criei e ainda hoje resido e do seu entorno. Lembro que o espaço que hoje se intitula Narandiba, quando era apenas uma “vala” e que tinha apenas mato, árvores e água de rio. Hoje virou um amontoado de casas e de gente tanto no acesso ao Doron, quanto ao Cabula VI. Calma, não estou querendo preterir ás pessoas às arvores e ao mato... Quer dizer, se esta cidade tivesse um processo de urbanização respeitoso, preferiria sim as árvores, os matos e o rio às casas e pessoas amontoadas.

Eu tenho muitas reservas para falar do homem que ocupa o cargo de prefeito da minha cidade. Tenho dores no estômago, alucinações, cefaléia, náuseas, formigamento e disenteria quando lembro que considerei que esta anta* seria a melhor opção para a minha cidade há 6 anos e alguns meses atrás. Fui vítima direta desta anta, mas prefiro falar mais mal dele em outro texto mais a frente. Agora, preciso voltar para falar de algo que tem me incomodado bastante nesta cidade, que é o tratamento dado aos rios que percorriam a via urbana. Carlota (A Portela!), uma grande amiga minha, sempre falava muito revoltada sobre esta questão e eu procurei ficar atenta. Lembro bem de quando ela criticava uma "obra de saneamento básico" (leia-se, "tapamento" de rios poluídos ao invés de tratá-los) na avenida Centenário, nas imediações do Calabar, quando íamos trançar o cabelo com Meire. Em toda cidade, se comemora uma alguma nova obra inaugurada pela anta que ocupa o cargo de prefeito. Em todas elas, ele mesmo afirma que tem tratado os esgotos da cidade. Gente, é preciso ser engenheiro ambiental para se dar conta de que estão tapando, cobrindo, aterrando e poluindo ainda mais os rios da cidade transformados em esgotos? Não posso dizer ao certo os nomes destes rios e as suas devidas localizações, mas prometo que vou dar conta desta informação. Acho que vou demorar um pouco para obter esta resposta, afinal o absurdo das informações colhidas deve ser tão desrespeitoso com o meio ambiente que prefiro sofrer esta dor depois.

Terça- feira, dia 26 de abril, fui “seqüestrada” por uns amigos queridos para comer alguma coisa, “tomar uma” (leia-se uma de verdade) e jogar conversa fora. Resolvemos ir às barraquinhas do Imbuí, que agora foram retiradas da parte lateral da avenida principal e agora estão em cima do rio. Não, não me refiro às barracas flutuantes. Refiro-me à uma obra amplamente comemorada pela população local, como o alívio para as enchentes, fim dos esgotos a céu aberto. Senhor, daí-me paciência! Bastou que nós sentássemos na cadeira para que Lelê soltasse a pérola: “Hum, houve a reforma, mas o lundum ainda está aqui!”. Alessandro se referia ao fedor que subia do chão, das águas que corriam debaixo dos nossos pés. O rio ainda labuta pela sua existência. Sabe Deus o que não andam jogando nele, que esgotos foram desviados para o seu curso feito de canal.

Creio que a anta que ocupa o cargo de prefeito desta cidade devesse tapar três outras coisas muito importantes. Primeiramente, tapar os buracos que assolam a cidade fio a pavio. Ah, quem mora na Pituba ou na Barra não sabem sobre o que estou falando. Para sanar as dúvidas e corroborar com o que eu digo, vai na Estação da Lapa (Estou terminando um texto sobre a Lapa!), pega algum ônibus que faça a linha Lapa/Valéria e vai entender o que estou dizendo. O dinheiro do IPVA tem sido utilizado para quê? Em segundo plano, a anta que carrega a faixa de prefeito deveria tapar os rombos nas contas públicas. A vida dele e da sua equipe(in)gestora é falar que não tem dinheiro para isso ou para aquilo. Por fim, “TAPA A BOCA, JOÃO HENRIQUE!!!”, ninguém mais agüenta ouvir as suas lamúrias de que não tem apoio de ninguém ou que está sozinho, João chorão!

Acho que em homenagem ao prefeito, deveria ser erguida uma estátua como esta bem no meio da Praça da Sé!



*Classificação zoológica da anta, um roedor de charqueada que rói a cidade, fazendo buracos. Qualquer semelhança é mera coincidência?



Revisão, correção, edição, comentários e dicas do meu querido amigo Márcio Nicory, aquele tipo de gente sensível e atenciosa que hoje em dia está raro de se encontrar...

Um comentário:

Ana Azimovas disse...

Day, assim vc ofende a anta...pq a anta dentro do que faz, exerce sua função na natureza, já o homenageado parece distante de cumprir as atribuições para que fora eleito...poderia ser ele no futuro um "animal" político extinto...bem, depende do povo dai...
abraços
Ana Azimovas
www.anaazimovas.blogspot.com