quinta-feira, 21 de abril de 2011

Vai um fone aí?

Acho linda a relação que a música estabelece com as pessoas em geral. Através dela rememoramos fatos saudosos, estabelecemos conexões com pessoas que marcaram com esta ou aquela música uma determinada ocasião, lembramos quando queríamos esquecer a dor de alguma perda que a letra ou a melodia pode nos relacionar. Tudo isso é lindo!

Lembro também das aulas de Física com o professor Jocimar, em que ele dizia que o som não de propaga no vácuo. A definição do termo é aquilo que está completamente vazio, sem preenchimento, desocupado. O ônibus é vácuo? A rua é vácuo? O espaço onde se forma a estressante fila de banco é vácuo? Não, todo mundo sabe disso e sente na pele a ausência de vácuo ao pegar um coletivo Cabula VI/ Lapa às 17:30. Então porque as pessoas não usam a desgraça do fone de ouvido nos obrigando a ouvir o que elas ouvem e ainda por cima com o som nas alturas? Ah, eu fico estressada quando pego ônibus e sou obrigada a ouvir pagode durante todo o trecho e ainda o perturbador da ordem sonora cantarolando a música que a gente já ouve de forma obrigatória. Não é pelo fato de ser pagode, pois eu não sou hipócrita de negar que eu adoro pagode, danço e ralo até o chão, mas qualquer música, qualquer estilo, qualquer intérprete nas alturas incomoda demais quem está ao redor de quem ouve.

Nas minhas andanças pelas estradas da vida, indo trabalhar ou viajando a passeio vou com meu MP4 nas alturas, mas com o fone enfiado no meu ouvido. Caso tenha alguém do meu lado eu ainda baixo o som para não incomodar. Já umas figuras, Deus que me perdoe, mas a vontade era dar um tiro de escopeta e na cabeça. Por isso mesmo fui/ sou/serei a favor do desarmamento... Pior é quando a música é evangélica. Estava fazendo a minha rotineira viagem Salvador/Paripe (eu aprendi a amar o Subúrbio, as pessoas que moram lá, mas dizer que é perto já é um pouco demais, sou realista!) e uma senhora estava com o seu aparelho “polichips” (aqueles do Paraguai, como chamam) ouvindo uma dessas cantoras evangélicas nas alturas. Eu, morta de cansaço, indo para a minha segunda jornada de trabalho, pedi educadamente para que ela baixasse um pouquinho o som. Acho que a criatura até hoje xinga a minha trigésima nona geração, manda desconjurar e me chama de satanás.

Imagem retirada do site http://www.verticalipi.com.br/olha-isso/dica-como-guardar-fones-de-ouvido

Leit@r, seja honest@ comigo, eu sou obrigada a ouvir o que não quero, quando não quero, onde não quero? Onde fica o direito de ir e vir do outro? Para revidar, eu tinha umas músicas de Mariene de Castro e repeti a música de Cosme e Damião trezentas e noventa e sete vezes para competir com aquela senhora de Deus. Quando ela ouvia a palavra Cosme ela cantarolava a sua música evangélica ainda mais alto. Eu estava pra onda neste dia. Depois ficam querendo falar de respeito às religiões, etc. O ônibus é um espaço público, de todos. O que se ouve além dos vendedores de tudo um pouco, do ronco dos motores velhos dos veículos, das buzinas alucinadas dos carros do lado de fora, das conversas paralelas precisa ser algo dispensável como o som que ecoa dos celulares “polichips”? É só para provar que tem um celular, é? Só pode!

Agora vou andar com um kit contra esta gentalha abusada. Um protetor auricular, o meu MP4 com fone que reveste toda a orelha impedindo a entrada de qualquer som externo e um saco de fone. Quando eu perceber que tem algum demonstrador do celular “polichip”, chego junto dele ou dela e ofereço um fone. Ô, eu posso ter direito a escutar apenas a zuadeira tradicional do buzão? Ó, melhor mesmo é sabe o quê? Eu comprar um carro! Risos...

E você, tem prestado atenção na altura do som que você ouve? Se ligue, de repente, no seu aniversário, te presenteio com um fone de ouvidos!


Imagem retirada do site http://humorpaspalho.blogspot.com/2010/04/fone-de-ouvido-e-para-os-fracos.html

*Crédito da revisão do texto para Amanda Gomes, uma amiga amante do que eu digo e eu amante do que ela fala! Aê Amandinha, coloca no Lattes este título! rsrsrs

domingo, 17 de abril de 2011

Informação de utilidade pública!

ELENCO OFICIAL DOS MEDICAMENTOS DISPONIBILIZADOS PELO PROGRAMA AQUI TEM FARMÁCIA POPULAR - SISTEMA DE COPAGAMENTO

Segue anexo relação dos remédios que a partir do dia 16/02/2011, serão disponibilizados por preços mais em conta pelo governo, nas Farmácias Populares de todo o país, basta apresentar a receita médica, o Rg e o CPF. Veja a possibilidade de divulgar essa relação! Pode ajudar muita gente!


http://saude.culturamix.com/medicina/farmacias-populares-ja-tem-remedio-contra-gripe-h1n1

Ah, Ivonildinha... Quem te conhece te ama e não te esquece!

Logo após o feriadão de 7 setembro ano passado, fui à uma consulta com uma otorrinolaringologista. A indicação foi feita por Dra. Aline Tavares, fonoaudióloga que conheci para que salvasse a minha vida. Eu estava no ápice de uma crise miastênica sem saber e não sabia mais o que fazer ou a quem recorrer até chegar na CEOB. Esperei cerca de quatro horas pela consulta, afinal fui como extra e a minha consulta levou ainda mais uma hora.

Uma voz de "moça do aeroporto" me chama pelo microfone. Assim que passo pela porta que dá acesso aos consultórios me deparo com uma mulher amarela e com um sorriso enorme cheio de dentinhos miúdos. Os cabelos são muito cacheados e douradinhos e avermelhados. Era ela. A mulher. Doutora Maria Ivonilda Pineiro Gonzales de Azevedo. Ela pega na minha mão com a sua mão magra e gelada e me senta na cadeira e me pergunta sorrindo: "O que te trouxe aqui, minha linda?" e eu desabo a tentar falar. A voz embolava mais que tudo, mas ela parecia estar entendendo tudo e demonstrava muita tranqüilidade. Eu nem imaginava o que me esperava.

Ela me examinou, tocou na minha garganta e me pediu que fosse a um outro otorrino amigo dela e que fosse a um neurologista depois, óbvio que depois de conversar comigo sobre tudo que poderia ser, explicar com muita calma todas as minha indagações e ao ler o desespero no meu olhar com o desconhecido me dá o seu número de celular e diz: "Ligue a hora que quiser, para o que for necessário, não se acanhe!". Gente, eu ligo a hora que quero e ela me atende com o mesmo sorriso largo com dentes miúdos sempre! Depois do diagnóstico de Miastenia Gravis, fui parar na emergência com falta de ar e a anta que me atendeu queria me receitar um broncodilatador. Eu só precisava ficar meia horinha no oxigêncio, somente isso, mas a criatura que me atendeu nem sabia o que era a minha doença. Disse "Mia o quê?" pasme! Era três da madrugada e eu resolvi obedecer o que a minha doutora me disse. Liguei e ela conversou com o colega sobre a minha situação. Ela pediu para falar comigo novamente e disse que eu tivesse calma e que sempre poderia contar com ela. Fiz uma nebulização e voltei para casa bem melhor.

Eu sempre conto mesmo com ela. A mulher que salvou a minha vida é alguém com quem posso contar de verdade. Nos falamos sempre, divido todas as minhas angústias com ela, afinal ela sempre demonstra o imenso prazer que tem em falar comigo. Ela disse que me ama e alguém pode duvidar disso? A recíproca é verdadeira, minha doutora! Ela viajou para o Capão no Carnaval e me trouxe quatro pedrinhas que significam cada uma, uma coisa diferente. Não é maravilhosa esta mulher? Depois que fiz a minha cirurgia, liguei para ela pedindo que fosse me visitar, pois estava rouquinha demais. Sei que fui escrota com ela, pois ela nunca me diz não. Pois bem, em plena quarta-feira, às 21:30, eis que ela chega no quarto para me visitar. Ela trabalhou como um cavalo o dia inteiro, mas saiu do Itaigara, atravessou a cidade para ir me ver no Santa Izabel. Chorei copiosamente como choro agora ao escrever este texto. Minha Ivonildinha não falha comigo nunca! Dei a ela o CD de Vanessa da Mata, "Bolos, bicicletas e outras histórias", afinal quando comecei a receber a anestesia foi a voz dela cantando "Tal Casal" que eu ouvi antes de adormecer. Se eu tinha vida para ser operada devo isto a Dra. Ivonilda. Ela não aceita que eu diga isto, mas esta é a verdade.

Tenho certeza que ela vai me dizer desaforos por conta deste texto, pois ela fala para mim que não está fazendo mais do que a sua obrigação. Oxente, quando os médicos fazem o seu juramento prometem amar incondicionalmente os seus pacientes? Ela sempre faz mais, vai além. Por isso que é bom amar o que faz. Quem quiser que mexa comigo, vai conhecer a ira da minha cuidadora!

Ivonildinha aparece em tudo que faço na vida desde o nosso primeiro encontro. Nas minhas falas, nos meus sonhos, nos meus pensamentos, nas minhas orações, nas minhas sessões de terapia, tinha que aparecer aqui no meu blog. Ela aparecerá sempre!

Agora vai a dica! Meu povo, rinite alérgica, corise, sinusite e todas estas "ites" que nos incomodam tanto são derrotadas por Dra. Maria Ivonilda na CEOB, no Max Center. Só tenho a dizer que ela salvou a minha vida! Vai lá, "correndinho" e marca uma consulta antes do inverno chegar e acabar com as nossas fossas nasais e gargantas! Vá e diga a ela que a conheceu pelo meu blog e pela minha história. Tenho certeza que ela vai dizer: “Aquela nêga safada é um amorzinho!”, com o mesmo sorriso largo de dentes miúdos de sempre!

Mas é claro que não precisa querer o amor da minha médica preferida, afinal ela é "minha doutora", como ela mesma se intitula para mim e eu sou a sua "neguinha", como ela muito amorosamente me chama.
Imagem encontrada na busca da palavra amor no Google Imagens

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Violentamente pacífico

Tenho muito a declarar sobre este depoimento, mas primeiro vou expor o vídeo aqui no blog para quem acessar deglutir o que ele diz ou engasgar de vez com esta chuva de verdades. A hora está chegando!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A decepção amorosa está na ponta do pé

Creio que quase nada incomode tanto na vida quanto o fato de se usar um sapato com o bico apertado. Parece que nos falta ar, as palavras saem da boca sem sentido, como reflexo da dor e até o maior cético reza para que chegue a hora de tirar os "marditos". Mas há um tipo de gente que faz bom uso de um sapato apertado, até gosta. Mais a frente falarei um pouco mais desta raça.
Estou inteiramente interessada nos estudos da ciência contra dor de cotovelo, decepção amorosa e abandono conjugal. Vivencio esta dor agorinha mesmo, além de uma gama de amigos e amigas minhas, todos praticamente no mesmo momento. Algumas relações que pareciam ser tão sólidas, outras nem tanto, a minha era “assim-assim” acabam e sempre algumas pessoas se entranham nas profundezas da tristeza e da desesperança de que a dor passará ainda nesta existência.
Gente, como dói! O pior é o que discurso de que ninguém é obrigado a ficar com ninguém, que todos fazemos gozo do livre-arbítrio não leva em consideração os danos emocionais do abandonado. Sempre tem alguém que vem nos consolar no ápice da nossa dor dizendo que quem abandona também sofre. Sofre por qual motivo mesmo? Porque destruiu os sonhos do outro quando ele menos esperava? Porque o abandonado vai sofrer e ele está preocupado?
Nãnãninãnão! Concordo com isso não! Por mais livre que se seja, creio ser uma obrigação em respeito do outro, do que se viveu, do que foi projetado e arquitetado que se pense em COMO abandonar alguém. Isto mesmo. Da mesma forma que se deu a construção, que não é rápida e sorrateira como a maioria dos términos, deve ser a desconstrução. Um dia se ouve “Eu te amo”, no outro “Estou sufocado”, “Não te amo mais” ou “As coisas fugiram do meu controle”?
Tudo bem, entendo as demandas da modernidade líquida de Baumman, com a fluidez de tudo, das relações e dos sentimentos, mas e o outro ser humano com quem se está lidando? Não conta? Ele que entenda e se não entender é egoísta? Problema meu? Hum, a relação era só minha? Quem é o egoísta da história? O abandonado não é "líquido"!
Acho ser agora a hora de voltar a falar do uso do sapato apertado. Acredito na relação entre o pé na bunda e o fim dos relacionamentos-amorosos-conjugais através da metáfora do chute com bico fino. Em todo término de relação há alguém que entra com pé e alguém que entra com a bunda, literalmente. Para piorar a situação do chutado, o “Adriano Imperador” do chute avassalador ainda usa um sapato de bico fico, para não ter a possibilidade de errar o alvo, o meio, bem no “meinho” da bunda a ser chutada, para que não tenha erro. Bom, para esta utilidade se acham sapatos de bico fino de todo e qualquer preço, para todo e qualquer tamanho e formato de pé. Tenha a criatura chutadora 8 dedos em cada pé, mas ele acha o seu par de bico fino.

Uma pessoa muito querida me ligou hoje para dizer que publicaria um texto intitulado “Insensato coração”. Ela entrou com a bunda no fim do seu relacionamento de dez anos com um cara que saiu de casa para trabalhar e voltou casado com outra mulher com a metade da idade da minha amiga-da-bunda-chutada! O título do texto dela deveria ser “Insensata bunda”, que se deixou ser chutada... Uma outra vivia com a companheira numa relação linda, cheia de amor e uma cadelinha compartilhada entre as duas e o que aconteceu? Ela tem usado bóias para sentar por conta da dor que sente por causa da intensidade da bicuda anal que levou.
Por que sempre há pessoas que investem em sapatos de bico fino da Arrezo, Carmim ou Carmem Steffens e outras que investem pesado na projeção da vida a dois e na realização de sonhos que contemplam o outro ou a outra a todo momento, ou seja, investem na bunda? A solução é fazer como Carla Perez, fazer um seguro do bumbum em casos de abandono repentino com agressão física aplicada na área posterior do quadril? A indenização a ser paga é pelos danos emocionais causados, pelas consultas com psicólogo terapeuta, pelo entretenimento forçoso para não entrar em depressão, pela falta de concentração na realização das tarefas cotidianas, pelos medicamentos antidepressivos, pelas quilométricas contas de telefone celular com as ligações para os amigos ou pelo tempo gasto com aplicação de gelo e Gelol nas nádegas?
Acho que a ciência deveria estudar uma proteção contra “sacanagembicofinonabunda”, pois a depender da maneira como se rompe com alguém, a dor do pé na bunda traz conseqüências inesquecíveis e tormentos tão dolorosos que podem deixar o chutado sem forças para viver. Ninguém é obrigado a ficar com ninguém, mas creio que ninguém deva terminar com um bico fino bem enfiado no meio do traseiro. Tem chute que é tão forte que o chutador se vai e ainda deixa o par para contar história.
Por isso mesmo que agora eu só quero quem usa Havaianas, as legítimas ou as sandália de couro, como bem diz a música de Jau!